Boticas continua a apostar na preservação e reprodução do mexilhão-de-rio

Foram libertados no Rio Beça mais de 20 mil juvenis de mexilhão-de-rio, disse a autarquia de Boticas.

O Centro de Reprodução mexilhão-de-rio, localizado no Boticas Parque, Natureza e Biodiversidade (BNB), realizou ao longo dos meses de abril, maio e junho, mais uma campanha de reprodução do mexilhão-de-rio (Margaritifera margaritifera), tendo culminado na libertação de 20 mil juvenis desta espécie, em 2025, em vários pontos do Rio Beça.

Segundo a autarquia de Boticas, no total já foram libertados cerca de 40 mil indivíduos desde o início da atividade, contribuindo para a preservação da espécie na região e em Portugal.

As espécies foram mantidas em cativeiro “em condições controladas, recorrendo a diferentes estratégias devidamente estudadas e dimensionadas, incluindo alimentação artificial, com o objetivo de acompanhar o seu desenvolvimento, aumentando assim a probabilidade de sobrevivência da espécie”, explica a Câmara Municipal.

O município explica que as campanhas anteriores e os trabalhos de criação em cativeiro realizados semanalmente, permitiram a obtenção de juvenis com 1 cm. “Este feito é um marco relevante, pois os juvenis desta espécie começam esta jornada com medidas microscópicas, ao atingir o tamanho de 1 cm, as reintroduções têm um impacto positivo considerável nas populações naturais, uma vez que estes juvenis têm já uma elevada probabilidade de sobrevivência e de virem a tornar-se eles próprios reprodutores. Para além disso, com esta dimensão permitem já a colocação de etiquetas essenciais para a monitorização do sucesso das reintroduções”, aponta a autarquia numa nota publicada.

As ações de preservação e reprodução de mexilhão-de-rio decorreram no âmbito das contrapartidas pela construção de três barragens na região do Alto Tâmega, através do Protocolo celebrado entre o Município de Boticas e a Iberdrola, empresa responsável pelo projeto do Sistema Eletroprodutor do Tâmega.

O mexilhão-de-rio, que é uma espécie protegida internacionalmente pela Convenção de Berna e pela Diretiva Habitats da Comissão Europeia, estando registada como espécie “Em Perigo” a nível global e como “Criticamente em Perigo” na Europa, pela Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Esta espécie, explica a autarquia, é também “um excelente indicador da qualidade ambiental”.

 

Sara Esteves

Fotos: CM Boticas

 


28/08/2025

Sociedade